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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Carl Sagan – O Homem das Estrelas




“A História está repleta de pessoas que, como resultado do medo, ou por ignorância, ou por cobiça de poder, destruíram conhecimentos de imensurável valor que em verdade pertenciam a todos nós. Nós não devemos deixar isso acontecer de novo.” -Carl Sagan)

Carl ) Edward Sagan (nascido em 09/11/1934 e falecido em 20/12/1996)  Carl foi um cientista, astrônomo, astrofísico, cosmólogo, escritor, gênio, playboy, bilionário e filantropo norte-americano famoso por seu carisma e humildade. Para ele, o conhecimento das maravilhas do universo devia ser compartilhado, e isso ele fez muito bem! Considerado um dos divulgadores mais carismáticos e influentes da história, graças a sua capacidade de transmitir suas ideias e os aspectos culturais ao público não especializado.

 É autor de mais de 600 artigos científicos e de mais de 20 livros, tanto de ciências como de ficção. Foi grande defensor do ceticismo e do método científico, e ainda ajudou a promover a busca por vida extraterrestre no S.E.T.I.), instituindo até mesmo o envio de mensagens da Terra a bordo das sondas espaciais, e ainda foi precursor dos estudos sobre o efeito-estufa...



Uma de suas obras mais famosas e esclarecedoras é a série televisiva ‘Cosmos’, baseada em seu livro homônimo. Dividida em 13 capítulos (assim como no livro), a série mostra as maravilhas da Terra e do universo de um modo fascinante e esclarecedor, e muitos consideram como o mais influente documentário científico de todos os tempos!.
Sagan é bastante conhecido por suas pesquisas sobre a possibilidade de vida extraterrestre, incluindo a demonstração experimental da produção de aminoácidos por radiação e a partir de reações químicas básicas e teve um papel significativo no programa espacial americano desde o seu início.


 Foi consultor e conselheiro da NASA desde os anos 1950, trabalhou com os astronautas do Projeto Apollo antes de suas idas à Lua, e chefiou os projetos da Mariner e Viking, pioneiras na exploração do sistema solar que permitiram obter importantes informações sobre Vênus e Marte. 
Participou também das missões Voyager e da sonda Galileu. Foi decisivo na explicação do efeito estufa em Vênus e o descobrimento das altas temperaturas do planeta, na explicação das mudanças sazonais da atmosfera de Marte e na descoberta das moléculas orgânicas em Titã, satélite de Saturno.

Sua habilidade em transmitir suas ideias, permitiu que muitas pessoas compreendessem o cosmos, simultaneamente, enfatizando o valor da raça humana e a insignificância relativa da Terra em relação ao universo.


Um dos grandes exemplos disso é o “Pálido Ponto Azul”
No dia 14 de fevereiro de 1990, tendo completado sua missão primordial, foi enviado um comando a Voyager 1 para se virar e tirar fotografias dos planetas que havia visitado. 

A NASA havia feito uma compilação de cerca de 60 imagens criando neste evento único um mosaico do Sistema Solar. Uma imagem que retornou da Voyager era a Terra, a 6,4 bilhões de quilômetros de distância, mostrando-a como um "pálido ponto azul" na granulada imagem.. 

Sobre esta imagem, Carl Sagan realizou um belíssimo discurso, que se tornaria antológico, e merece ser compartilhado aqui:

    “Olhem de novo para esse ponto. Isso é a nossa casa, isso somos nós. Nele, todos a quem ama, todos a quem conhece, qualquer um dos que escutamos falar, cada ser humano que existiu, viveu a sua vida aqui. O agregado da nossa alegria e nosso sofrimento, milhares de religiões autênticas, ideologias e doutrinas econômicas, cada caçador e colheitador, cada herói e covarde, cada criador e destruidor de civilização, cada rei e camponês, cada casal de namorados, cada mãe e pai, criança cheia de esperança, inventor e explorador, cada mestre de ética, cada político corrupto, cada superestrela, cada líder supremo, cada santo e pecador na história da nossa espécie viveu aí, num grão de pó suspenso num raio de sol.

A Terra é um cenário muito pequeno numa vasta arena cósmica. Pensai nos rios de sangue derramados por todos aqueles generais e imperadores, para que, na sua glória e triunfo, vieram eles ser amos momentâneos duma fração desse ponto. Pensai nas crueldades sem fim infligidas pelos moradores dum canto deste pixel aos quase indistinguíveis moradores dalgum outro canto, quão frequentes as suas incompreensões, quão ávidos de se matar uns aos outros, quão veementes os seus ódios.

 As nossas exageradas atitudes, a nossa suposta auto-importância, a ilusão de termos qualquer posição de privilégio no Universo, são reptadas por este pontinho de luz frouxa. O nosso planeta é um grão solitário na grande e envolvente escuridão cósmica. Na nossa obscuridade, em toda esta vastidão, não há indícios de que vá chegar ajuda de algures para nos salvar de nós próprios.
   
 A Terra é o único mundo conhecido, até hoje, que alberga a vida. Não há mais algum, pelo menos no próximo futuro, onde a nossa espécie puder emigrar. Visitar, pôde. Assentar-se, ainda não. Gostarmos ou não, por enquanto, a Terra é onde temos de ficar. 

 Tem-se falado da astronomia como uma experiência criadora de firmeza e humildade. Não há, talvez, melhor demonstração das tolas e vãs soberbas humanas do que esta distante imagem do nosso miúdo mundo. Para mim, acentua a nossa responsabilidade para nos portar mais amavelmente uns para com os outros, e para protegermos e acarinharmos o ponto azul pálido, o único lar que tenhamos conhecido.”
Fonte:http://racionalismoselvagem.blogspot.com.br
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